Ordenação do Diácono Bruno | "Pela caridade, colocai-vos a serviço uns dos outros" (Gl 5,13)

Quando se prepara uma ordenação, seja diaconal ou presbiteral, muitas questões pairam sobre a cabeça do ordenando. Uma delas é: como será a ordenação? O que acontece? O que vou sentir? Vou chorar ou não? Questões essas que, imagino, também passam na cabeça dos noivos quando se aproxima seu matrimônio. De modo breve vou tentar exprimir o que senti na ordenação diaconal.

A primeira mudança é o vestuário. Você pode se observar várias vezes com a camisa romana, a dalmática, a estola transversal...e mesmo assim não acredita. Se acha diferente, estranho até. Afinal, nunca usou tais vestes. Isso com o tempo torna-se normal.

Quando alguém lhe chama na rua ou até na Igreja como: “Diácono”, “sua bênção”, isso, por mais que esperado, ainda também se torna algo diferente. Seus ouvidos ainda se habituam a ser chamado assim.

Na celebração, quando se responde “presente”, “prometo” e se ouve a Ladainha de todos os Santos se percebe que não é uma cruz, uma tarefa, mas um ministério que será exercido para os outros, dali em diante é um ministro ordenado da Igreja e isso também causa espanto, medo, mas tudo superado pela alegria.

Não pense que pós ordenação, nós que somos ordenados, teremos super poderes ou somos pessoas mais importantes que as demais, não. Não creio nisso, o ministério ordenado serve para “servir”, por mais redundante que seja esta frase. Não é um cargo, um posto alto que chega a ser intocável. Não é. É o ministério do serviço, da caridade e da Palavra.

Ouvi de um padre jovem, amigo e contemporâneo de seminário que se leva 20 dias para “cair a ficha” do que aconteceu e de fato é. Um ser humano, um vaso de barro que recebeu uma graça tão grande, um tesouro tão valioso, que ainda não assimilou bem.

Estar a serviço sempre. Com alegria e gratidão a Deus! Seja preparando a ordenação, a celebração e o pós, tudo ainda é muito diferente, são sentimentos que se misturam, mas que deixam a marca da felicidade. Não é possível traduzir tudo em palavras, porque é um momento único, tudo se mistura e culmina na alegria de tudo que se viu e vê.

Encerro lembrando uma frase de Santo Afonso Maria de Ligório: “É preciso deixar tudo, para ganhar tudo”. O nosso Tudo, seja do ordenado, seja do leigo, deve ser Jesus Cristo! Quem nos chama, mesmo sabendo das limitações e dos defeitos! É tudo de Cristo, somos apenas servos comuns, que sabem o que devia ser feito.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Diácono Bruno Augusto Morais Xavier 
Auxiliar da Paróquia Nossa Senhora das Dores, Boa Esperança - MG