​​​​​​​“Quem ama mais, pode mais.”

São Bento, celebrado em 11 de julho, é um santo muito conhecido. Quem nunca viu a cruz de São Bento? Ou quem nunca ouviu a sua oração?
Entretanto, há algo ainda mais especial em sua história e que poucos conhecem: São Bento teve uma irmã gêmea! E mais, sua irmã também foi santa!
Santa Escolástica e São Bento tinham uma linda história de amizade e irmandade! Ambos seguindo a vida religiosa, tinham encontros anuais. Encontros estes em que, por horas a fio, conversavam sobre Deus e sobre as coisas santas. Mas houve um fato em um desses momentos de encontro que marcou a história dos irmãos e é esse fato que veremos nesse artigo!

Uma boa e santa leitura a todos!


“Quem ama mais pode mais.”
Este desafio aconteceu com Bento de Núrsia, mas a vencedora foi sua irmã gêmea, Escolástica, que se consagrou ao Senhor desde muito jovem. Vivendo à sombra do irmão, foi sempre fiel intérprete da sua regra.

A Regra de São Bento

A regra de São Bento era baseada em ensinamentos escritos por ele e tinha como objetivo formar os jovens cristão de acordo com os ensinamentos de Jesus Cristo e prática dos mandamentos. Acreditava-se que através dessa regra e a vida comunitária e não individual era mais fácil atingir a perfeição.

Além disso, a Regra de São Bento deixava todos bem à vontade e era aplicada e moldada de acordo com a capacidade e limitações de cada um. “Oração e trabalho” era o seu lema principal onde a oração era transformada em trabalho e o trabalho em oração, através da fé e da obediência.


Origens

São Bento nasceu na cidade de Nórcia, na Itália, viveu entre os anos de 480 e 547. A data de nascimento é atribuída a 24 de março. Imão gêmeo de Escolástica. Conhecido como Bento de Núrsia, o futuro santo era um nobre que resolveu estudar filosofia e retórica. Mas, no meio do caminho, decidiu se tornar um eremita.

Presume-se que Escolástica, primeira monja beneditina, viveu entre os anos 480 e 543. Natural de Núrsia, região italiana da Úmbria, foi uma dócil aluna de Bento, do qual recebeu a sabedoria do coração, a ponto de superar seu mestre: é o que narra São Gregório Magno nos seus “Diálogos”, único texto de referência com poucas menções sobre a vida desta santa. Ele descreve ainda um particular episódio, no qual ela revela uma acentuada personalidade humana e grande profundidade espiritual.

 

 

Vocação religiosa

Segundo a história, diz-se que eram descendentes de uma antiga família de Senadores romanos. Sua mãe, Cláudia, morreu logo depois do parto dos gêmeos. Com 12 anos, foram mandados para Roma, Escolástica junto com seu irmão Bento, onde ficaram escandalizados pela vida desregrada da cidade. Bento tornou-se eremita, enquanto Escolástica pediu ao pai para se dedicar à vida religiosa. Antes, entrou para um mosteiro, próximo de Núrsia, e, depois, transferiu-se para Subiaco, seguindo o irmão, que havia fundado a Abadia de Monte Cassino, ao leste de Nápoles. Ali, em apenas sete quilômetros de distância, fundou o mosteiro de Piumarola, onde, com as coirmãs, seguiu a Regra de São Bento. Deu, portanto, origem ao ramo feminino da Ordem dos Beneditinos.

 

A regra do silêncio


Era normal para Escolástica recomendar a observância da regra do silêncio e evitar conversas com pessoas estranhas no mosteiro, mesmo se fossem visitantes devotos. Ela costumava repetir: “Fiquem em silêncio ou falem de Deus, pois o que, neste mundo, pode ser tão digno para se falar senão sobre Ele?”.
Escolástica gostava de falar a respeito de Deus, sobretudo com o irmão Bento, com o qual se encontrava uma vez por ano. O local onde faziam diálogos espirituais era uma casinha situada no meio da estrada entre os dois mosteiros.

 

O milagre que desafiou Bento

São Gregório Magno narra que, no último dos seus encontros, datado de 6 de fevereiro de 543, pouco antes da sua morte, Escolástica pediu ao irmão para prolongar a conversa até na manhã do dia seguinte, mas Bento se opôs para não violar a regra. Então, Escolástica implorou ao Senhor para não deixar o irmão partir, debulhando-se em pranto. A seguir, um temporal inesperado e violento obrigou Bento a ficar com ela, levando-os a conversarem toda a noite.
Porém, a primeira reação de Bento com o temporal improviso foi de contrariedade: “Que Deus onipotente possa lhe perdoar, irmã. O que você fez?”. E Escolástica respondeu: “Eu lhe implorei para ficar e você não me ouviu; pedi a Deus e Ele me atendeu. Agora, pode ir, se quiser; deixe-me e volte ao seu mosteiro”. Foi uma espécie de revanche da irmã, que não pôde se entristecer pelo amadíssimo irmão, pois ele mesmo lhe havia ensinado a se dirigir a Deus, com todas as forças, durante as dificuldades. 

 

Páscoa

Três dias depois deste encontro, segundo São Gregório, Bento recebeu a notícia da morte da irmã com um sinal divino: viu a alma da sua irmã subir ao céu em forma de uma pomba branca. Então, quis enterrá-la na sepultura que havia preparado para si, onde também foi enterrado, pouco tempo depois. “Como seus pensamentos sempre estiveram voltados para Deus, era justo seus corpos também ficassem unidos na mesma sepultura”.

 

Repercussão da santidade

Hoje, quem visita a majestosa Abadia de Monte Cassino, após 15 séculos de história, pode fazer a experiência de estar diante do túmulo dos Santos irmãos, os pioneiros de um grande número de seguidores de Deus.


São Bento e Santa Escolástica, rogai por nós!

 

Fonte: https://santo.cancaonova.com/santo/santa-escolastica/