​​​​​​​“Missão do presbítero: sinal da misericórdia de Deus!"

Mês Vocacional | Vocação Sacerdotal | 04.08 - Dia do Padre

Na memória do dia do padre, a Santa Mãe Igreja nos recorda o exemplo de um bom pastor para seu rebanho: o exemplo do Santo Cura D’Ars (São João Maria Vianney). Esse padre simples soube guiar seus fiéis sendo um verdadeiro alter Christus (outro Cristo), agindo in persona Christi (na pessoa de Cristo) para fazer ressoar as Palavras de Vida Eterna deixadas por Cristo a todos nós que desejamos beber dessa fonte!


João Maria Vianney desejou ser padre, com a idade de 17 anos e, após sua ordenação, foi um modelo de pastor que sabia ouvir e aconselhar seus fiéis, através do sacramento da Reconciliação (Penitência, Confissão), chegando a passar 16 horas no confessionário, por dia!
De fato, o exemplo de um homem que “deixou tudo para ganhar tudo”. Parafraseando Santo Afonso Maria de Ligório, temos uma ideia da missão do presbítero: sinal da misericórdia de Deus!

As palavras de São João XXIII, na Sacerdotii Nostri Primordia (sobre o centenário de morte do Santo Cura D’Ars), de 1959, no número 12, ressoam: “Rico para dar aos outros, mas pobre para si mesmo, viveu num total desprendimento dos bens deste mundo, e o seu coração verdadeiramente livre abria-se com generosidade a todos os que, afligidos por misérias materiais ou espirituais, vinham até ele de toda a parte em busca de remédio. "O meu segredo é bem simples, dizia ele; é dar tudo e nada guardar”.

A Eucaristia é a fonte para todos e, claro, para o padre, igual e especialmente: "Se vós quiserdes que os fiéis orem com devoção, dai-lhes vós o exemplo, na Igreja, fazendo as orações na sua presença. Um padre ajoelhado diante do sacrário, numa atitude exterior respeitosa e em profundo recolhimento, é para o povo objeto de educação, um aviso, um convite à emulação na prece". Foi essa, por excelência, a arma apostólica do jovem cura d'Ars; não duvidemos do seu valor em todas as circunstâncias” (São João XIII, na Sacerdotii Nostri Primordia, elucidando as palavras do Papa Pio XII sobre o exemplo da oração, no número 29).

Escrevo isso pensando também no meu sacerdócio. Pouquíssimo tempo como Ministro Ordenado! São palavras que iluminam nossa “noite escura”, nossos “achismos” sobre o que assumimos! Compreender é um passo dado após o doar-se! Penso que, para alimentar alguém com palavras e com a Eucaristia, preciso antes fazer esse mergulho, essa imersão profunda! Não se dá aquilo que não se tem. O mundo vive numa sede de Deus e o padre, se não beber das fontes, principalmente da Eucaristia e da Palavra, também padecerá, porque levará “alforjes vazios” a quem também está sedento!

O Cura D’Ars nos ensina muito: ser pobre, manso, humilde, simples, amoroso, acolhedor, profundo, alguém que fala o que vive, que reza, que medita, que contempla, que lê! São pontos em que todos nós devemos nos aprofundar muito. Não é tão simples ser padre! Não importa se, na cidade grande, na pequena, com poucas ou com muitas pessoas, o padre é sempre padre e deve se doar-se como tal, como Cristo se doa!

Por isso, peço a você, irmão e irmã, que sempre reze pelos padres. Lembrem-se de doar uma parte de sua oração a cada padre que você conhece e aos que você não conhece! O padre deve rezar pelo seu povo e o povo pelo seu padre: uma verdadeira comunhão pelas orações!

 

Padre Bruno Augusto Morais Xavier
Paróquia Nossa Senhora da Conceição | Virgínia, MG