Amar e Servir
Não há dúvidas de que a base de uma família, de um matrimônio, é o amor. Mas, para que esse amor exista e resista, é necessário, como já dizia Santo Agostinho, amar sem medidas! É esquecer muitas vezes as nossas vontades, o nosso querer, para se doar à necessidade do outro.
Quando nós descobrimos que, para amar, é preciso servir, as coisas se tornaram mais harmoniosas. As provas e os grandes exemplos disso são Maria e José. Para as mulheres, Maria Santíssima — uma jovem que se entregou inteiramente, com uma fidelidade e simplicidade constrangedoras. Se nos lembrássemos disso em todos os momentos de tempestade, tudo seria tão mais fácil. E para os homens, São José, que, no seu silêncio, cumpriu com honra seu chamado, mesmo sabendo das consequências que seu “sim” poderia trazer. O próprio Jesus também anuncia que veio para servir e não para ser servido. (Mt 20,28)
Ao nos casar, acreditamos que, mesmo participando de um movimento da Igreja, ainda não tínhamos a maturidade para entender o verdadeiro sentido das promessas feitas diante do altar. Mas Deus, em sua infinita misericórdia, moldou-nos e nos fez reconhecer nossos erros e nossas misérias. Mas foi necessária também nossa decisão de dar um passo além do “felizes para sempre”. Decidimos nos abrir à vontade de Deus. Um verdadeiro “eis me aqui”! Com seus momentos de medo, mas com a certeza de que, se Ele quer, é porque é o melhor para nós.
Hoje, ver nossos dois filhos e viver mais uma gestação nos faz reconhecer que, realmente, amar é servir um ao outro; seja nosso cônjuge, sejam nossos filhos, nossos irmãos. Perceber que a vontade dEle nos preenche não é uma alegria passageira.
Nosso conselho é que, ao se decidirem construir uma família, rezem, estudem e meditem o que irão jurar perante o altar. E lembrem-se sempre de que a missão é amar e servir ao outro.
Flaviane e Guilherme
Renovação Carismática Católica
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Casamento duradouro
Célia Papandréa Borges, de 78 anos, casada com José Gomes Borges, de 82 anos, possuem quatro filhos, sete netos e três bisnetos. Casados há quase 60 anos, no dia 27 de dezembro de 1963, relatam um pouco da história de como se conheceram e o segredo para manterem a união matrimonial por tanto tempo.
- Vocês se lembram como se conheceram?
R: “Lembro, sim! No nosso começo, existiam poucos carros em Lambari; não havia táxis e, para fazer ligação, era preciso agendar e aguardar a ligação no telefone público. Eu trabalhava na padaria, em frente ao centro telefônico. Ela passava ali e ficava me paquerando”, conta o Sr. José, em meio a risadas. “Daí, começou o namoro e estamos juntos até hoje”.
D. Célia narra que o Sr. José foi até sua casa para pedir aos seus pais a permissão para o namoro, como era costume na época. Interrogados por quanto tempo namoraram, relatam, aproximadamente um ano.
“Subíamos para a praça, sentávamos no banco os dois e a sogra ao lado”, conta o Sr. José. Ele passava o braço para trás e segurava a mão da D. Célia escondido. “Em todo lugar onde íamos, tínhamos que levar minha mãe”, diz D. Célia. “Antigamente o namoro não era como hoje. Só fomos nos conhecer realmente depois de casados.”
“Depois do noivado que foi melhorando”, brinca o Sr. José. “Saíamos sozinhos e ninguém vinha atrás!” — “Mas tinha muito respeito”, completa D. Célia. “Naquela época, não existia divórcio; quando casava, tinha que aguentar até o fim, era para sempre! Estamos juntos até hoje, cuidando da vida, dos netos e um do outro! Os netos aparecem para nos abraçar sempre. Também fazemos tudo juntos. ”
- Qual é o segredo para o casamento de vocês durar tanto tempo sem perder o carinho e o amor?
“Tem que ter paciência um com o outro”, frisa D. Célia. “Tem horas que a gente perde a paciência”, completa o Sr. José, “mas é preciso ter respeito um com outro, para não brigar.”
D. Célia relata: “A união dos dois não é fácil, principalmente no começo; tem que conhecer bem o outro, ter carinho, paciência... se não tiver, não vai para frente”!
- O que vocês sugerem aos casais que desejam chegar aos 60 anos de casados como vocês?
“Rezamos juntos todos os dias! A primeira coisa que fazemos quando levantamos é rezar juntos. Depois vamos cuidar dos afazeres! Vamos à missa juntos e, quando não podemos ir, acompanhamos pela TV! Também rezamos a oração de Nossa Senhora da Saúde, Nossa Senhora Aparecida e do Divino Pai Eterno.” – “Meditamos, e às vezes, gastamos mais tempo que os padres da TV Aparecida", brinca Sr. José.
D. Célia recorda com muito carinho do tempo em que ajudou como leiga nas atividades pastorais da Igreja Matriz.
Quanto ao conselho: “Tem que ter muita paciência um com o outro e muito amor. Ter respeito ao tratar. Não pode gritar com a esposa, e nem a esposa com o marido, assim começa a perder o controle. É preciso levar muita coisa na brincadeira. Hoje, por qualquer coisa, as pessoas se separam, mas não pode ser assim! É preciso assumir o compromisso que fez diante de Deus.”
Célia e José Borges
Leigos da Paróquia Nossa Senhora da Saúde