São João Paulo II

Papa João Paulo II, ou Karol Wojtyla, como foi batizado (Carlos Wojtyla em português), nasceu em Cracóvia, na Polônia, em 18 de maio de 1920. Ainda menino, perdeu sua mãe; então órfão, trabalhou em uma pedreira e em uma fábrica. Anos mais tarde, ingressou na universidade, mas logo a trocou pelo seminário. Enfrentou a guerra e a luta para estudar para padre em meio à perseguição dos cristãos causada por esta. “Não tenhais medo”! Esta frase foi a mais falada por este papa que marcou gerações de católicos pelo mundo todo. Seu pontificado foi um dos maiores da história da Igreja, sendo muito participativo em todas as dimensões humanas, como, por exemplo, na conclusão do Concílio Vaticano II e na queda do Muro de Berlim. 

Mas o que me fez ser fã e devota de São João Paulo II?! 

Minha devoção veio pela pessoa dele: um homem que podia ser rude por não ter a figura materna, por passar pelas desgraças da guerra e sofrer perseguição. Mas, não!  Ao contrário, era alguém que tinha um amor imenso pela vida, gostava de estudar, de teatro, música, leitura, esporte - o que fazia com que sempre entendesse o jeito jovem de ser - e, com este relacionamento extraordinário que tinha com os jovens, em 1985 criou o Dia Mundial da Juventude, aproximando assim Igreja e mocidade. Além disso, João Paulo II, apesar de ser europeu, não tinha características emocionais sisudas e fechadas, tão ligadas ao seu lugar de origem; na verdade, era o oposto - parecia um verdadeiro latino. Como dito, adorava teatro, música, e até circo e danças, mas nunca deixou de lado a Doutrina da Fé Católica. Nesta parte, inclusive, era bem rigoroso e usava muito a temática do Evangelho onde se diz: “Seu Sim seja Sim e seu Não seja Não”

Falar de João Paulo II é falar do próprio Evangelho de Cristo. Ele nos mostrou que dentro do mundo é que se vive o verdadeiro ensinamento de Cristo, tendo traduzido todo seu amor por Ele em amor aos irmãos, lutando por todos os direitos da pessoa humana, para que todos tivessem a dignidade completa. Isto me traz na lembrança a passagem dele na primeira visita ao Brasil, onde foi conhecer a favela da Rocinha no Rio de Janeiro: vendo a necessidade da comunidade, na verdadeira pobreza, falta de saneamento básico, falta de educação e cultura, chamou de lado o chefe da Rocinha e entregou em suas mãos nada mais nada menos que seu anel de pontífice, pedindo que o vendesse para dar de comer às pessoas daquela comunidade.

São João Paulo II será sempre um exemplo de cristão: amava Jesus Cristo, amava Maria - seu amor era tão grande que criou os mistérios luminosos do Santo Terço -, e amava igualmente as pessoas: por isso tinha o contato direto - muito mais direto até ser acertado a tiros na Praça São Pedro. Mas, tendo plena consciência do perdão, perdoou e amou até mesmo seu agressor. 

Precisamos da Igreja para nos aprimorar como seguidores de Cristo e não como coisa particular para o nosso próprio eu. Que possamos nos espelhar em nosso querido São João Paulo II, pela busca do perdão, da alegria, da humildade, da doutrina da fé e, claro, do grande amor a Cristo. Pois, como ele costumava dizer: “O amor me explicou tudo”.

 

Lana Ribeiro Natali
Ministério da Acolhida - Paróquia Nossa Senhora da Saúde