São João Paulo II: O Papa da Juventude e Peregrino do Amor

 

São João Paulo II, cujo nome de batismo era Karol Józef Wojtyła, tinha “José” como seu segundo nome, provando a devoção de seus pais a São José. É uma das figuras mais inspiradoras da história recente da Igreja Católica. Nasceu na Polônia, em 1920 e, desde jovem, enfrentou desafios enormes, como a perda precoce de sua família e a ocupação nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Mas foi justamente através dessas dificuldades que se tornou uma figura de fé inabalável e grande esperança para o mundo, sendo conhecido como “João de Deus” ou “Peregrino do Amor”.

Peregrino, que significa “que vem de terras distantes, estrangeiro, estranho”. Vinha de uma realidade única de um lugar frio como a Polônia, carregando uma linguagem universal em seu olhar: o “Amor”.

Quando jovem, diferenciava-se por seu carisma, gostava de teatro, era um grande orador. Tinha uma grande capacidade de se comunicar com as pessoas, assim,  aproximando-se da linguagem dos que atingia.

João Paulo II foi eleito papa em 1978, tornando-se o primeiro pontífice não italiano em mais de 450 anos. Seu papado, que durou 27 anos, foi marcado por uma proximidade especial com os jovens. Ele acreditava que a juventude não era apenas o futuro da Igreja, mas também seu presente. Essa visão se materializou na criação da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), um evento que reúne milhões de jovens de todo o mundo para celebrar a fé e discutir questões importantes.

Acreditava que os jovens são a solução para a Igreja, buscam Deus, são sensíveis ao bem, aos valores e todas as suas exigências deveriam ser atendidas, orientadas e guiadas. Assim, soube aproximar os santos de calças jeans que podem ser influenciados com seu testemunho de fé e generosidade.

João Paulo II sofreu um grave atentado na Praça São Pedro, em 13 de maio de 1981: ao passar com seu jipinho entre a multidão, foi ferido com um tiro. Depois de uma longa hospitalização, visitou o terrorista na penitenciária, o turco Ali Agca, a quem o pontífice perdoou e com o qual manteve uma longa conversa. Em sinal de agradecimento à Mãe de Deus, que o salvou com a sua mão materna, o Papa pediu que colocasse a bala, com a qual foi atingido, na coroa da estátua de Nossa Senhora de Fátima, uma vez que o atentado ocorreu no seu dia litúrgico. Ciente de ter renascido para uma nova vida, João Paulo II intensificou ainda mais seus compromissos pastorais, com generosidade heroica.

Não tinha medo de enfrentar os problemas do mundo e sempre incentivava os jovens a serem corajosos em sua fé e em suas convicções. Em um de seus discursos mais famosos, ele disse: "Não tenham medo!" – palavras que ecoaram nos corações de muitos jovens, encorajando-os a enfrentar suas próprias lutas com coragem e confiança.

João Paulo II, com seu coração em que cabiam todos os filhos de Deus, também foi um grande defensor da dignidade humana e dos direitos das pessoas, independentemente de sua origem, cultura ou religião, pregando a união de todos os povos. Via nos jovens uma força transformadora capaz de mudar o mundo para melhor, sempre com base nos valores do amor, da justiça e da paz.

São João Paulo II nos deixou em 2005, mas seu legado continua vivo. Ele nos mostrou que, mesmo em um mundo cheio de desafios, podemos fazer a diferença. Seu exemplo nos inspira a viver com fé, coragem e determinação, lembrando sempre de valorizar a vida, a amizade e a busca por um mundo mais justo e fraterno.

“Tão grande era a força do teu bem, que até os maus vieram e te buscaram também”. Assim, “João de Deus” nos ensinou, sendo sucessor de Pedro, a importância da união, sendo ponte para as nações. Mostrou sua santidade mesmo nos momentos de dor, trazendo esperança nos aproximando de Deus.

São João Paulo II, rogai por nós!

 


Thiago Krauss Magalhães 
Coordenador do Canto Litúrgico da Paróquia Nossa Senhora da Saúde